Cordão do Boitatá revolve tradições do Carnaval em álbum fiel à ideologia musical e política do bloco carioca

  • 04/02/2024
(Foto: Reprodução)
Disco ‘Dos pés à cabeça – Na praça’ ousa na escolha de repertório quase todo inédito que harmoniza samba, marcha, ijexá, jongo e samba-reggae em vozes como as de Mariana Baltar e Marina Íris. Capa do álbum ‘Dos pés à cabeça – Na praça’, do Cordão do Boitatá Divulgação Resenha de álbum Título: Dos pés à cabeça – Na praça Artista: Cordão do Boitatá Edição: Biscoito Fino Cotação: ★ ★ ★ ★ ♪ Bloco carioca que brinca o Carnaval desde 1996, o Cordão do Boitatá ocupa pela 18ª vez o Centro da cidade do Rio de Janeiro na manhã deste domingo, 5 de fevereiro. A novidade é que, pela primeira vez, o Boitatá desfila com álbum na discografia. Aberto e encerrado com Cantiga de Caboclo, pontos que revolvem a raiz africana do Carnaval, o primeiro álbum do bloco, Dos pés à cabeça – Na praça, está na rua desde sexta-feira, 2 de fevereiro, com repertório escolhido com inteligência sem clichês e sem sucessos cantaroláveis de karaokê folião. Ao contrário, a maior parte do repertório é inédita neste disco que faz parte de projeto duplo. Um segundo álbum, Dos pés à cabeça – A rua, tem lançamento previsto para abril, estendendo a folia do Boitatá. Por mais que seja difícil transportar para o estúdio a animação e magia que agitam o Carnaval de rua, o primeiro álbum resultou fiel à ideologia do Cordão do Boitatá. Tanto que Coisa nº 4 (Moacir Santos, 1965) reaparece na abertura do disco – com luxuoso arranjo de metais – para lembrar que o tema abre os desfiles do bloco na Praça XV, no Centro do Rio. Entre músicas inéditas como o Samba de Oswaldo Cruz (Kiko Horta e Marquinhos de Oswaldo Cruz), solado por Moyseis Marques, um dos vocalistas do Boitatá, o Cordão sobe com elegância, em passos suaves, o Morro de Mangueira ao reapresentar o samba Estação derradeira (Chico Buarque, 1987), ouvido no disco na voz envolvente de Mariana Baltar, vocalista do Boitatá, em arranjo de Josimar Carneiro. A gravação culmina com citação do samba Exaltação à Mangueira (Enéas Brites da Silva e Aloísio Augusto da Costa, 1955). Além de fazer dueto romântico com Moyseis Marques na marcha vintage Linda Colombina (Thiago Queiroz), com letra referente ao próprio Boitatá, Baltar também voa com leveza ao dar voz ao frevo de eletricidade baiana Pombo correio (Double Morse – Dodô e Osmar Macedo, 1975, com letra posterior de Moraes Moreira, 1977) com arranjo reverente ao registro original de Moraes Moreira (1947 – 2020), celebrado na faixa. Se Chegando no Rio (Edu Neves) parte da matriz do ijexá para fazer o Cordão do Boitatá evoluir em salão de gafieira, a música-título Dos pés à cabeça (Marina Íris e Manu da Cuíca) é levada na cadência do mesmo ijexá em gravação que destaca o canto firme de Marina Ìris e o toque do acordeom de Kiko Horta, instrumento recorrente nos discos e nos desfiles do Boitatá. Ainda dentro do território baiano, Nação vertente (Alcinéia Martins e Walmir Aragão) se assenta sobre a batida do samba-reggae, promovendo o encontro do bloco afro carioca Agbara Dudu de Madureira com o Boitatá em gravação que expõe a consciência negra com orgulho em letra que hasteia as bandeiras da igualdade e da liberdade. De volta ao fértil solo carioca, o Cordão do Boitatá celebra a memória de Vovó Maria Joana (1902 – 1986), guardiã das tradições do jongo da Morro da Serrinha, em Cabana de Xangô (Kiko Horta e Lazir Sinval), gravação que dá ênfase ao acordeom de Kiko Horta. Parceiro de Horta no tema e também vocalista do Boitatá, Lazir Sinval é o solista da faixa. Já Jogo empatado (Kiko Horta, Vidal Assis e Hermínio Bello de Carvalho) marcal gol ao trazer a voz imponente de Marina Ìris em samba que relaciona amor e futebol para marcar posição política do Boitatá em gravação valorizada pelos sopros orquestrados por Josimar Carneiro. Com produção musical de Kiko Horta, Thiago Queiroz, Paulino Dias e Celso Filho, o álbum Dos pés à cabeça – Na praça é retrato da dignidade que Cordão do Boitatá imprime há 28 anos, nas ruas e nas praças do Rio de Janeiro (RJ), ao desfilar no Carnaval carioca com consciência social e musical.

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2024/02/04/cordao-do-boitata-revolve-tradicoes-do-carnaval-em-album-fiel-a-ideologia-musical-e-politica-do-bloco-carioca.ghtml


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